A força do empreendedorismo para o empoderamento feminino

Empreendedorismo 23 Fevereiro 2019

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Os negócios liderados por mulheres trazem impactos positivos para a sociedade como a equidade e maior distribuição econômica e social. Isso porque o sucesso da empreendedora é mais horizontal

 

Um dos mais importantes vetores para o empoderamento feminino é o empreendedorismo. A independência financeira, a rede de apoio, a possibilidade de trabalhar por um propósito fortalecem a causa da mulher em todo o mundo.

O Brasil é um dos países em que as mulheres mais empreendem, segundo a pesquisa internacional Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2017/18. Elas se destacam em setores como prestação de serviços e ganham espaço à frente das pequenas e médias empresas no país.

Os negócios liderados por mulheres trazem impactos positivos para a sociedade como a equidade e maior distribuição econômica e social. Isso porque o sucesso da empreendedora é "mais horizontal", ou seja, ele atinge com mais abrangência a comunidade onde elas estão inseridas. Isso é comprovado em pesquisas internacionais sobre o tema. 

Mas ainda há muitos desafios a serem vencidos. O primeiro é cultural, já que a mulher tem uma educação que não incentiva o risco e a posição de liderança. E o segundo é conjuntural. Pesquisas indicam que a mulher sofre mais com a dupla jornada já que precisam conciliar a vida profissional com o cuidado da família. 

Um levantamento realizado pela Rede Mulher Empreendedora em todo o Brasil em 2018 mostra que a empreendedora brasileira tem em média 39 anos, têm curso superior, é casada e tem filhos. A pesquisa ainda mostra que a maioria das empreendedoras decide empreender após a maternidade e que as razões emocionais são os grandes alavancadores dessa decisão.

Trabalhar com o que gosta, ter uma maior flexibilidade de horário, conseguir uma renda melhor e inspirar pessoas são alguns dos motivos apontados pelas empresárias para enfrentar a aventura de abrir um novo negócio.

Em cada 10 negócios abertos por mulheres, 3 representam o sustento único da família. A maior a concentração dos negócios está no setor de Serviços (69%), seguido do comércio (25%). Muitas iniciaram seu negócio sem nenhum capital inicial e também não procuram empréstimos bancários pela dificuldade de acesso a financiamento.

Aliás, as finanças ainda são o maior ponto de atenção para as mulheres empreendedoras. Segundo a pesquisa, 65% misturam a conta da empresa com sua conta pessoal e 86% das empreendedoras não se planejam antes de iniciar um negócio. Por isso, o faturamento das empresas lideradas por mulheres ainda é pequeno. Quase metade das pesquisadas (46%) faturam até 5 mil reais por mês e estão enquadradas como Microempreendedoras Individuais (MEI), micro empresárias ou na informalidade.

Apesar dos desafios, as mulheres são otimistas. 86% das pesquisadas consideram que 2019 será um ano melhor para os negócios. Isso depende não apenas delas, mas de todos nós que podemos incentivá-las seja comprando de uma empreendedora, fazendo parcerias, ajudando com contatos e networking ou simplesmente dando o apoio moral e emocional que todas precisam.

 

Alice Salvo Sosnowski é jornalista, empreendedora, escritora, pesquisadora e palestrante da nova economia, empreendedorismo feminino e soft skills para o mundo do trabalho. Entre em contato para contratar uma palestra ou workshop! Vamos conversar! 

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*Alice Salvo Sosnowski é jornalista, consultora de negócios, autora do livro Empreendedorismo para Leigos, da editora Alta Books, professora de empreendedorismo e mentora de empreendedores, startups e empresas de diversos setores com mais de 12 anos de atuação na área.


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